Em entrevista à TV CARAS, a dermatologista Luciana Maluf explica como funcionam três dos procedimentos estéticos mais procurados durante o inverno
Luciana Maluf, Pietra Mesquita e Thaíse Ramos
Realizar tratamentos estéticos no inverno tem muitas vantagens, a principal delas é a diminuição a exposição solar, o que facilita bastante na cicatrização. A lista dos procedimentos que podem ser feitos nesta época do ano com mais tranquilidade e seguranças é imensa, mas selecionamos os três mais populares para que a dermatologista Luciana Maluf pudesse comentar cada um deles, em entrevista à TV CARAS. Nesta seleção, estão o peeling de fenol, o microagulhamento e o laser.
“O peeling de fenol é mais feito no inverno justamente por causa do calor. O calor nos ajuda a vasodilatar, ou seja, ficar mais vermelho, ajuda a suar mais, e o suor é ácido. Ele tem o PH mais ácido, então pinica e incomoda. Por isso, é melhor fazer esse tipo de procedimento no inverno porque a gente tem uma temperatura mais amena, mais agradável, não sua tanto e a gente fica mais tranquilo para esse pós. O sol no inverno tem uma intensidade de raios solares menor, então ajuda mesmo. Não é falando por falar, isso é comprovado”, explica.
Luciana diz que o microagulhamento é bastante procurado no inverno, mas pode ser feito em qualquer época do ano. “Agora, os mais intensos, com agulhinhas maiores, com uma pegada um pouco mais para rejuvenescer, para melhorar a flacidez, os que saem mais sanguinho, realmente é melhor deixar para o inferno, justamente pelo pós, para uma recuperação mais amena. Assim como o peeling de fenol que, realmente, você tem que ter treinamento próprio para fazer”, fala.
“Você tem que saber os riscos que podem acontecer porque ele é uma substância cardiotóxica, ou seja, ele dá arritmia; ele é nefrotóxica, também pode afetar o rim; e também é hepatotóxica, afeta o fígado. Então, o médico tem que saber realizar. No geral, não só na hora do procedimento, mas tem que fazer um acompanhamento no pós (…) Tem que ser monitorado cardiologicamente”, emenda a dermatologista.
De acordo com Luciana, o peeling de fenol já ajudou a rejuvenescer muita gente. “Ele é um peeling fantástico, desde que indicado para a pessoa certa, que precisa de uma “agressão” mais intensa. Mas a gente tem que saber se a pessoa está saudável para poder fazer”, pontua.
A dermatologista informa que o laser mais utilizado no inverno e em períodos mais frios, é o CO2. “Assim como o fenol, que faz essa troca de pele, o laser de CO2 também pode fazer, mas ele é mais seguro. Hoje, ele é fracionado, então faz um pontinho de agressão. Logo do lado, a pele é sã, ele não mexe. Ele fraciona e assim vai. O peeling de fenol não, ele lava tudo. Ele é inteiro e o pós é mais intenso por conta disso. Já o laser de CO2 são micropontinhos”, ressalta.
“Você fica em um pós-procedimento de cerca de cinco dias, dependendo da intensidade. O fenol também tem intensidades, pode ser mais leve ou mais intenso – esse você tem mais complicações. Pra ver o resultado, dependendo, três semanas, quatro (…) Tive pacientes que no terceiro mês, já recuperados, estavam vermelhos ainda”, acrescenta Luciana.
A médica confessa que não é adepta do peeling de fenol mas é muito fã do laser de CO2. “Sei de casos (de peeling de fenol) que ficaram incríveis, mas eu não teria o perfil para fazer em mim. Faço o laser de CO2 todo inverno, gosto. Faço no rosto, pescoço, colo e dorso das costas. Pego para fazer o laser de CO2 em uma energia média, para só ir mantendo o colágeno, brilho, para fechar poro, ele é demais. Ele clareia, uniformiza aquela pele que está com mais vasos, dá viço, ele estica as ruguinhas menores, rejuvenesce demais. Sou realmente muito fã. Faço todo ano, mas uso em uma energia média, e preciso ficar uns três dias (…) Por exemplo, faço em uma quinta e na segunda, uso maquiagem e consigo trabalhar”, conta.
Além destes três procedimentos mais populares, Luciana diz que muita gente ainda opta por cirurgias plásticas no inverno. “Justamente porque tem menos calor, você não sua depois, você tem um pós mais tranquilo, nesse sentido. Então, os procedimentos mais invasivos, mais intensos, um pouco mais agressivos, no geral, a gente opta por fazer no inverno. Agora os peelings leves, para tirar um pouco a oleosidade, com ácido salicílico, de rejuvenescimento, com clareador de pele, que é o glicólico, podem ser feitos durante o ano todo, dependendo dos hábitos de vida de cada um (…) Mas a gente pede para não tomar sol pelo menos nos primeiros quinze dias, para dar tempo de dar uma boa recuperada na pele”, finaliza.
Luciana Maluf – Médica dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e da American Academy of Dermatology; Especialista em estética avançada, laserterapia e peles étnicas. CRM 113.699 / RQE 34.552.