Vocês sabiam que existem diferentes “populações” de microrganismos vivendo em nosso corpo? São os chamados microbiomas, que carregam elementos genéticos complementares e habitam, por exemplo, o intestino, a boca e até a superfície epidérmica de cada pessoa.

Eles têm funções distintas: o microbioma da pele é diferente do microbioma do intestino, por exemplo. E a grande microbiota é a do intestino. Ela educa o sistema imunológico orgânico como um todo, diminuindo o estado pré-inflamatório reacional, e isso previne ou diminui a frequência de infecções diversas.

A simbiose cutânea é a interação dos microrganismos, que convivem de forma amigável e em equilíbrio com nossa pele, proporcionando proteção e prevenção de diversas doenças dermatológicas – como as inflamatórias, a acne, a dermatite atópica e a dermatite seborreica, entre outras.

Isso porque eles combatem a instalação de outros microrganismos patogênicos – esses, sim, “do mal” –, ajudando a manter o pH da pele em níveis ideais, preservando a integridade da barreira cutânea e ajudando a combater o processo dessas doenças inflamatórias citadas acima.

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Desequilíbrio

Quando os microbiomas não vai bem, ocorre que o se chama de disbiose – tanto no microbioma intestinal quanto no cutâneo. A disbiose, por sua vez, é causada por vários fatores; entre eles, o excesso de alimentos processados/industrializados, que são pobres em fibras e têm muito açúcar e gordura; a ingestão excessiva de líquidos enquanto comemos; e mastigação insuficiente (ou seja, os alimentos são ingeridos em partículas muito grandes).

A disbiose do trato gastrointestinal deixa ainda o caminho livre para endotoxinas, que entram pela parede do organismo e provocam um estado inflamatório orgânico geral, distúrbio que pode causar com maior facilidade a inflamação de todos os órgãos – incluindo a pele, que fica mais vulnerável ao expossoma: riscos causados por fatores externos (radiação solar, poluição, estresse, tabagismo, má alimentação, sono ruim etc.) somados aos fatores genéticos e à forma como cada indivíduo reage a essas agressões. Hoje em dia, é possível notar os impactos do expossoma na pele na formação de manchas, no surgimento de rugas e flacidez, e em outros sinais de envelhecimento precoce.

Os famosos probióticos

Por isso, atualmente está sendo estudada a ação dos probióticos também no campo da dermatologia. Tratam-se de microrganismos vivos que, quando ingeridos na quantidade adequada, causam benefícios à saúde, ajudando a equilibrar os microbiomas

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Em princípio, eles foram usados para alívios de sintomas intestinais (como a constipação). Hoje, no entanto, vêm sendo estudados para todas as floras do corpo humano. A flora bacteriana intestinal é a principal, porque é a grande educadora do nosso sistema imunológico, mas quando melhoramos a flora do intestino, diminuímos os riscos de inflamações em todo o organismo – melhorando, portanto, toda a fisiologia orgânica, inclusive da pele.

Alguns exemplos de probióticos são a lactulose, a frutose e alguns sacarídeos (como os da soja). Essas substâncias podem ser encontradas em alimentos como chicória, aspargos, alcachofra, alho, cebola, soja e no leite materno.

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