Não é segredo que as mudanças hormonais ocorridas durante a gravidez (e por conta dela) se manifestam externamente de diferentes formas. E boa parte delas ocorre também na pele, decorrente da ação dos hormônios, que preparam o corpo para a gestação e o parto – e tanto impactam o aspecto emocional.

Por isso, além das precauções básicas – praticar exercícios físicos moderados, cuidar da dieta, controlar os níveis de estresse –, esse é um momento que também pede proximidade com o médico dermatologista. Ele é o responsável por avaliar, orientar e tratar de uma pele que passa por muitas mudanças e exige tratamentos (preventivos e curativos) especiais.

Essas alterações começam pelo aumento da pigmentação. A pele da área dos mamilos, das aréolas mamárias, da região genital, da linha central do abdômen (conhecida como linha nigra), das axilas, da parte interna das coxas e até mesmo do rosto, pode ficar mais escura – e o mesmo vale para as cicatrizes e sardas. Isso ocorre com cerca de 90% das mulheres grávidas. Em princípio, nada para se preocupar: essa pigmentação regride naturalmente com o fim da gravidez.

As pintas naturais do corpo também podem aumentar de tamanho e ficarem mais escuras durante a gravidez. Algo igualmente natural. No entanto, ao notar qualquer modificação na cor ou crescimento ou o aparecimento de uma pinta nova é necessário procurar o dermatologista para fazer uma avaliação dermatoscópica e, se for o caso, proceder ao seguimento clínico.

Melasma

Caracterizado por manchas em tons de marrom, o melasma também está bastante associado a esse período. Ele pode se manifestar no rosto e em outras partes do corpo – em geral, a partir do quarto mês de gestação.

O mais importante neste caso é a prevenção. E uma das formas é ficar atenta à fotoproteção – com uso de um fator de pelo menos 20 no dia a dia e ainda maior em casos de exposição mais intensa ao sol (praia ou piscina) –, lembrando de sempre reaplicar o produto. E não esqueça também de outras formas de se proteger da ação dos raios UV, barreiras físicas como o guarda-sol, chapéus e os óculos escuros.

Se o melasma já existia, os cuidados se intensificam: além de proteger-se do sol, é preciso trocar a medicação despigmentante normalmente usada por uma adequada ao momento. E novamente: é importantíssimo conversar com o seu dermatologista para tirar todas as dúvidas.

Outras mudanças

É uma montanha-russa mesmo. Ao passo que a gravidez pode trazer um especial ressecamento da pele (mais intenso, em geral, a partir do segundo trimestre), lista-se também o surgimento de acnes – quadro típico de peles mais oleosas.

Para prevenir a pele ressacada, é importante evitar banhos muito demorados e quentes. Alie a isso o uso de hidratantes específicos, uma vez que a pele desidratada propicia o aparecimento de lesões – além de favorecer os pruridos (coceiras). E atenção: o hidratante não pode ter ureia na sua composição.

Para prevenir ou tratar as espinhas em casa, conte com o reforço de produtos tópicos específicos para a pele da gestante. No consultório, é possível recorrer ao uso de luz de baixa intensidade e frequência, com efeito antibacteriano. Converse com seu dermatologista para garantir a adequação e a individualização do tratamento.

E não teria como terminar um texto sobre esse tema sem falar das temidas estrias. E a principal ação aqui é fortalecer a prevenção. Hidrate diariamente a pele com produtos indicados para o período da gestação. Mas vale lembrar que a genética também influi nesse problema. Portanto, se as estrias aparecerem mesmo com todos os cuidados, busque tratamentos dermatológicos pós-gravidez que ajudam a melhorar o quadro.

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