A importância dele não se resume a garantir viço e firmeza à pele. Veja o que a ciência descobriu sobre como usar a substância a favor de unhas, cabelo e ossos saudáveis.

Cerca de 70% da estrutura da pele é composta dele, que funciona como um cimento natural, capaz de tornar o tecido mais resistente e flexível. Mas, à medida que envelhecemos, a produção de colágeno diminui porque os fibroblastos, as células que têm a função de produzi-lo, vão ficando, digamos, mais preguiçosos.

Por volta dos 30 anos, começa uma desaceleração de mais ou menos 1% na fabricação anual. A perda vai se intensificando e, aos 50 anos, o organismo produz apenas 35% do necessário. É por isso que a suplementação de colágeno, já bastante disseminada, vem sendo cada vez mais estudada e apresentando resultados positivos: a pele fica mais firme e elástica, as rugas são amenizadas, celulite e estrias também. Mas não é só isso.

 

Cabelos e unhas

Pesquisadores do Instituto de Ciências Farmacêuticas da Universidade de Josai, no Japão, mostraram que a ingestão de colágeno estimula a produção de queratina e, por isso, influenciaria também o crescimento e o fortalecimento de unhas e cabelos.Trabalhos científicos recentes mostram ainda a suplementação de colágeno como uma boa aposta contra a calvície.

 

Além da beleza

De acordo com especialistas, a proteína possui propriedades que deixam articulações, ligamentos, tendões e ossos mais resistentes. E tomar doses extras dela estimula a produção natural da substância, garantindo um reforço ainda maior para essas estruturas. O colágeno pode ser uma ótima opção na prevenção e no tratamento de doenças das articulações, como artrite. Em estudos recentes, pacientes com esse tipo de problema que adotaram a suplementação de colágeno reportaram menos dor e aumento da mobilidade articular, além da redução do uso de analgésicos e anti-inflamatórios. Obesos e praticantes de atividade física intensa, que expõem as articulações a grandes esforços, e pessoas com osteoporose (ou predisposição a desenvolvê-la) também são candidatos à suplementação. Porém, existem vários tipos de colágenos, havendo necessidade de uma avaliação médica para adequar a finalidade e o período dessa reposição. Por exemplo, o colágeno tipo I representa cerca de 80 a 90% da camada dérmica da nossa pele. Já, o colágeno tipo II está bastante presente nas cartilagens das articulações, ajudando na sua regeneração e retardando o desgaste físico, e o colágeno tipo III, cerca de 10% dessa camada. Portanto, vai além de uma função puramente estética, sendo recomendado para atletas quando necessário. Para o rejuvenescimento, os tipos I e III são mais adequados.

 

Da boca para dentro

Uma alimentação equilibrada é o primeiro passo para garantir o colágeno necessário para ter pele, cabelo, unhas, ossos, articulações e músculos saudáveis. Um cardápio rico em proteínas de origem animal, principalmente carne vermelha magra, quase sempre é suficiente para repor a quantidade perdida naturalmente. As vitaminas A, C e E (presentes em cenoura, pepino, laranja e goiaba), os minerais zinco (encontrado nos frutos do mar e na castanha-do-pará) e selênio (nas nozes e na linhaça), além do silício (que está na aveia, na cevada e na alcachofra), funcionam como catalisadores para a utilização do colágeno pelo organismo – por isso, não devem faltar nas refeições.

Sua principal fonte está nos  alimentos de origem animal, como carnes vermelhas, frango, peixes e ovos. Já, vegetais como soja, feijão, lentilha e grão de bico, apesar de não serem fontes diretas de colágeno, são fontes de proteínas que contribuem para a formação dessa sustância.

Por outro lado, hábitos nada saudáveis como o consumo de açúcar em excesso, a desidratação, o cigarro, o stress, a exposição ao sol e a falta de sono são fatores que aceleram a degradação da proteína e o processo de envelhecimento, liberando radicais livres no organismo, piorando a circulação sanguínea e causando danos à pele pelos raios solares ultra-violetas e podendo levar ao câncer de pele.

 

Acerte na dose

Quando o estilo de vida e os hábitos de alimentação dificultam a ingestão adequada de colágeno, a suplementação é bem-vinda.E, para as mulheres que se submetem a tratamentos estéticos, como o ultrassom, a radiofrequência e o infravermelho, que agem sobre a pele e os músculos, estimulando a produção natural de colágeno, os benefícios são ainda maiores. O colágeno poderá ser suplementado oralmente e topicamente, com cremes com ácido hialurônico, por exemplo.

A suplementação deve ser feita com supervisão e acompanhamento médico sempre!

A associação de procedimentos estéticos e suplementação de colágeno foi bastante discutida no último Congresso Mundial de Dermatologia, que aconteceu recentemente em Vancouver, no Canadá, onde foram apresentados estudos mostrando que a utilização deles em conjunto a partir dos 25 anos é capaz de diminuir pela metade os danos provocados pela perda natural da substância.

De qualquer maneira, a prescrição e a supervisão da suplementação por um médico são muito importantes, pois eles são capazes de avaliar como deve ser ministrada – em cápsulas, pó ou líquido – em que quantidade e por quanto tempo.

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