(Leia matéria na íntegra na coluna da Dra. Luciana Maluf da Revista Caras de 01/03/2017)

Extravagâncias de Verão vão chegando ao fim depois do Carnaval, e é hora de recuperar a pele e fazer o planejamento de beleza para o ano todo

Falta pouco para chegar o outono e é hora de encarar a realidade: você se cuidou neste verão? O sol nunca esteve tão quente e a camada de ozônio tão frágil, por isso a prolongada exposição pode ter trazido com ela manchas e danos a pele do rosto e do corpo. É tempo de assumir os estragos que os bons dias de sol trouxeram e se planejar para tomar as devidas providências, pois elas existem e estão ao seu alcance.

 

A pele é um dos órgãos que mais sofrem nesse período e entre os problemas mais comuns estão a pele grossa e ressecada, manchas, pintas novas e micoses.

Mas o que pouco se comenta é que as diferenças dermatológicas de cada grupo étnico requerem tratamentos diferenciados para retomar o viço e a saúde da pele, logo não devemos esquecer que a cor da pele deve influenciar nos tratamentos pós-verão.

Pele grossa e ressecada

Causa – Isso acontece pela maior exposição ao sol e água do mar ou piscina que estimulam o aumento da camada de células mortas da pele. A câmera de diagnóstico 3D que tenho em meu consultório permite avaliar a incidência de manchas e o grau de oleosidade da pele de forma minuciosa, com tecnologia de ponta, e acompanhar a evolução do tratamento. É um bom momento para fazer tratamentos com o peeling de ácido retinóico, que remove a camada superior da pele e as células mortas, gerando uma renovação necessária. Usar sabonetes abrasivos ou esfoliantes 2x na semana e fórmulas que contém ácidos em dias intercalados, além aplicar diariamente um hidratante adequado para o seu tipo de pele também são hábitos essenciais.

Oleosidade

O excesso de sol resseca a pele e, aparentemente, ‘seca’ as espinhas. No entanto, no final do verão chega o efeito ‘rebote’ desse quadro, pois a pele entende que o corpo está muito seco e precisa produzir o sebum, nossa lubrificação natural de gordura. Assim, aumenta-se a oleosidade da pele, os poros se entopem e o quadro de acne se reinicia. Dependendo da gravidade do quadro, há necessidade de produtos secativos, hidratantes para pele oleosa e antibióticos tópicos e por via oral. No consultório, peelings também favorecem, e os laser podem auxiliar no fechamento dos poros e diminuição de oleosidade.

Manchas no rosto

Por mais que se use adequadamente o filtro solar, as manchas teimam em aparecer um pouco mais no verão. O mesmo equipamento com que fazemos o diagnóstico de oleosidade da pele, também permite que o Raio X completo do paciente oriente o médico sobre o tratamento mais adequado. Como já mencionei, a Câmera 3D avalia o grau e profundidade das manchas e vasos.

Para tratar os danos solares, manchas e vasos, usamos lasers ablativos e não ablativos, luz intensa pulsada, peelings e microagulhamento, que trazem ótimos resultados. Em peles mais claras, a luz intensa pulsada é um excelente recurso; já, para peles escuras e negras, não se deve usá-la, com risco que queimaduras e hiperpigmentação. Para peles negras, o lasers e os peelings são ótimas opções.

Para quem já tem melasma, cremes clareadores, peelings e lasers específicos ajudam bastante. No caso de sardas ou melanoses indicamos peelings mais agressivos, luz pulsada ou lasers. A combinação de procedimentos trazem excelentes resultados, porém deve-se levar em conta as peculiaridades de cada pele e a resposta individualizada de cada paciente. Independente do tratamento, é fundamental reforçar a proteção solar, pois todos esses tratamentos tendem a deixar a pele ainda mais sensível ao sol.

“Pintas” novas

O sol estimula a pigmentação e o surgimento de pintas. Por isso, ainda mais após o verão, é fundamental recorrer a uma dermatoscopoia pormenorizada, para diferenciar manchas de um nevos (a “pinta”) novos ou que tenham evoluído.

Com uma luz e lupa específicas, é possível avaliar diferenciando lesões com potencial de evolução para um câncer de pele que devem ser removidas cirurgicamente. A Câmera 3D também é muito útil nesses casos, pois proporciona o aumento da imagem sem distorção. Sendo um nevo e dependendo das características achadas ao dermatoscópio, a cirurgia para retirada total da lesão e o exame laboratorial tornam-se necessários. A pele clara apresenta maior quantidade de manchas e nevos e é menos protegida por ter menor quantidade de melanina. A pele escura é muito mais protegida, porém não isenta da aplicação do protetor solar.