Expressão de individualidade, memória ou apenas vaidade. Não importa muito o motivo, as tatuagens são um dos recursos que a sociedade contemporânea encontrou para marcar diferenças de ideias, valores e visões de mundo.

Mas, para além do aspecto cultural, a tatuagem é, antes de tudo, uma intervenção na pele. As máquinas utilizadas são responsáveis por introduzir pigmentos na derme, a camada logo abaixo da epiderme (a mais superficial), com múltiplas agulhas, que trabalham em movimento de vai e vem, perfurando a pele e inserindo a cor simultaneamente.

Por isso, considere fazer um diagnóstico com seu dermatologista antes do procedimento. Ele é profissional apto a examinar a região a ser tatuada e checar se não existe nenhuma pinta ou lesão com risco de câncer de pele – já que a arte pode cobrir os sinais. Além disso, é fundamental descobrir a presença ou histórico de alguma alergia, principalmente a qualquer tipo de pigmento ou corante.

Além disso, como qualquer lesão, tatuar a pele envolve recuperação. Após a realização da tatuagem, há uma fase de inflamação com vermelhidão, que é seguida pela reparação tecidual. Dessa forma, inicialmente, pode haver a expulsão de pequena parte do pigmento e a formação de crostas sobre o desenho. No entanto, após alguns dias, a vermelhidão cessa e ocorre a queda das “casquinhas” – característica do processo de cicatrização.

E para que tudo ocorra como o previsto – além de confiar a tarefa a um profissional tecnicamente experiente e alerta aos princípios da higienização dos equipamentos – é preciso incluir cuidados especiais na rotina pós-tatuagem. Reunimos aqui alguns pontos que merecem atenção nessa “interação” entre sua pele, a intervenção das agulhas e a inserção de pigmentos na derme.

Primeiros cuidados

Logo após fazer sua tattoo, os primeiros cuidados fazem toda a diferença para a cicatrização da pele – e, consequentemente, influem na durabilidade do desenho. Assim, na hora de higienizar a região, atenção para não tirar aquela casquinha que se forma sob o traço, porque ela está ali justamente para proteger a pele lesionada. Além disso, opte por sabonetes neutros e faça movimentos suaves ao limpar o local, sempre com água corrente.

Uma vez limpa, a pele está pronta para ser hidratada – o que, além de nutrir também colabora com a cicatrização. Dê preferência a produtos com ativos naturais e que sejam livres de substâncias potencialmente reativas – como corantes e fragrâncias.

É importante que os ativos tenham ação antibacteriana, ajudando na prevenção de infecções e que promovam reparação e hidratação efetivas. Procure por produtos que, ao mesmo tempo, nutrem e cuidam da pele sensibilizada, como o pantenol, a manteiga de karité, a glicerina, além de elementos como o manganês, cobre e zinco (que colaboram com a regeneração cutânea).

Atenção redobrada à fotoproteção

Uma das mais importantes recomendações é a proteção contra dos raios solares. Os filtros usados no local tatuado devem ter as mesmas características daqueles usados diariamente – proteção contra os raios UV e FPS maior ou igual a 30. Segue valendo também aquele cuidado que sempre mencionamos quanto aos horários de exposição ao sol: antes das 10h e após às 16h. A faixa entre um e outro caracteriza um pico de radiação – que não faz bem a nenhum tipo de pele! Escolha um protetor resistente à água (para evitar que ele se dissolva com o suor) e que seja hipoalergênico, evitando a sensibilização da área tatuada.

Em caso de alergias

Para aliviar sinais de irritação, vale borrifar água termal ao longo dia – saiba mais sobre esse dermocosmético aqui. O produto é ideal para as regiões mais sensíveis e age protegendo a pele das agressões externas. Em caso de alergias, no entanto, um médico dermatologista deve ser procurado para avaliar o quadro e indicar o melhor tratamento.

Apesar de muitas tintas serem antialérgicas e naturais, a alergia à tatuagem não é tão incomum, já que peles muito sensíveis podem apresentar reações ao entrar em contato com determinadas substâncias – por conta dos corantes, as coloridas podem provocar mais complicações do que as pretas. A alergia se desenvolve meses depois do procedimento, e os sintomas mais comuns são placas vermelhas, inchaço, coceira, descamação e bolinhas.