A toxina botulínica é possivelmente a substância mais conhecida na dermatologia. Sobretudo, por sua atuação na parte estética; quando é indicada para suavizar (ou, alguns casos, até mesmo eliminar) as chamadas rugas dinâmicas – aquelas que aparecem quando falamos ou franzimos áreas do rosto. Aproveitando para lembrar que, mesmo tendo atuação comprovada para esse fim, ela não é a melhor indicação para as rugas estáticas – as que aparecem mesmo com o rosto em descanso.

No entanto, estudos têm comprovado a contribuição da toxina botulínica como coadjuvante em tratamentos para outros quadros de ordem dermatológica ou mesmo em outras áreas de medicina. “Ela pode ser usada, por exemplo, em casos de enxaqueca e também de bruxismo – no momento em que ajuda a relaxar o músculo que fica ‘trabalhando’ à noite, causando dor quando a pessoa acorda”, esclarece a Dra. Luciana Maluf. “E ela também já vem sendo usada nas áreas da ginecologia e da urologia. Ou seja, na parte clínica, ela tem uma atuação já bastante ampla”.

Confira algumas doenças da pele cujo tratamento já encontra na toxina botulínica uma importante aliada:

Queda de cabelo – Mais especificamente para casos de alopecia androgenética, quando o cabelo vai ficando fino e cai aos poucos em torno da coroa da cabeça, deixando uma região calva em forma de ferradura. Mas ela não atua sozinha. Nesse caso, a toxina botulínica surge como mais uma ferramenta no arsenal que compõe a mesoterapia capilar – tratamento que consiste na injeção intradérmica de substâncias próprias para essa finalidade, como a finasterida e o minoxidil; ou de vitaminas como a biotina e o d-pantenol.

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O indicado é finalizar o tratamento com a aplicação da toxina. Ou seja, após cinco sessões – semanais ou, no máximo, quinzenais – das substâncias e vitaminas; a sexta inclui a toxina botulínica. Mas importante: se for necessário repetir as doses de ataque da mesoterapia capilar, não é recomendado reutilizá-la ao final. O mais seguro – converse com seu médico para entender bem os motivos – é sempre aguardar cerca de seis meses para aplicar novamente a toxina.

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Hiperidrose – Entre os tratamentos – sem citarmos a intervenção cirúrgica, que também pode ser indicada –, a toxina botulínica é que se mostra mais eficaz para casos de suor em excesso – sobretudo, quando o quadro não está conseguindo ser controlado com produtos de uso tópico (cremes e desodorantes manipulados). As regiões até então mais comuns para receber a aplicação são axilas, mãos e pés. Mas hoje já se descobriu sua eficácia para o excesso de transpiração também nas virilhas, na nunca e até mesmo na cabeça.

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Acne e rosácea – Aqui, sua atuação acontece para tratar inflamações causadas pelas espinhas e para combater o “vermelhão” da rosácea. Em ambos os casos, a Dra. Luciana explica que a toxina botulínica entra para ajudar a diminuir os fatores que desencadeiam essas reações. “Mas nunca sozinha”, ressalta a médica. “Novamente, ela entra como mais uma ferramenta para o pool de coisas já usadas para o tratamento dessas duas doenças”.

A aplicação, nesses casos, deve ser feita a cada quatro ou cinco meses – respeitando o período médio de atuação da substância no organismo. “Esse é o tempo em que a toxina atua quando aplicada para suavizar rugas”, explica a Dra. “Ainda não existem estudos que apontem qual período seria indicado para esses outros usos. Mas eu diria que é possível usarmos esse tempo, com segurança. Principalmente nos casos em que os tratamentos convencionais não deram resultado”.

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