Uso de vitaminas em tratamentos capilares – Além dos procedimentos (de orientação estética ou clínica) e da indicação de produtos de uso tópico, os chamados nutracêuticos vêm conquistando cada vez mais espaço como coadjuvantes no tratamento de diversos quadros dermatológicos.

Numa definição simplificada, seriam alimentos (ou determinadas substâncias encontradas neles) que oferecem benefícios médicos e de saúde, incluindo a prevenção e/ou tratamento de doenças. Em outras palavras, os nutracêuticos são suplementos que chegam para reforçar a ação das indicações médicas relativas a determinados problemas.

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Entre eles, a queda de cabelos aparece como doença cujas respostas positivas – sempre a depender da causa e do quadro geral – podem ser aceleradas com o uso desse recurso, quando aliado aos procedimentos em consultório. E os benefícios atribuídos são diversos, destacando-se o fortalecimento de cabelos e unhas.

Existem complexos capilares a base de vitaminas e minerais que foram elaborados para atuarem como coadjuvantes no tratamento da queda capilar – alguns deles direcionados especificamente ao público masculino. Eles funcionam como auxiliares no suprimento das necessidades nutricionais em situações que levam à queda de cabelos.

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Para o uso de vitaminas em tratamentos capilares, os ativos escolhidos de acordo com suas propriedades antioxidantes, reguladoras de ciclo capilar e até mesmo geradoras de energia para o metabolismo do folículo piloso. Confira alguns que já têm sido usados em tratamentos – lembrando sempre que a indicação para esse uso deve vir de um médico dermatologista.

Saiba mais sobre a ação dos antioxidantes.

Biotina – Vitamina hidrossolúvel do complexo B e que é incapaz de ser sintetizada pelo organismo humano. Ela favorece o crescimento dos cabelos por sua ação no metabolismo do folículo piloso, prolongando a fase anágena do ciclo capilar (aquela que corresponde ao crescimento ativo do cabelo). Sua função ocorre na produção de queratina, o que explica sua contribuição para o crescimento saudável dos cabelos. Dessa forma, ela participa do crescimento de novos fios – e há relatos de que sua deficiência pode levar a quadros de alopecia.

Zinco – Além de uma já conhecida ação seborreguladora, o mineral tem importante papel no ciclo capilar, promovendo inibição das fases catágena (período de regressão, quando o cabelo começa a “morrer”) e telógena (quando o cabelo morto é empurrado por um novo fio), além de acelerar a recuperação do folículo. Já foi relatado também que baixos níveis de zinco podem estar relacionados à progressão da alopecia androgenética e ter até relação com a alopecia areata.

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Vitamina D – Hormônio esteroide sintetizado nos queratinócitos epidérmicos (produtores de queratina) sob influência da luz UVB ou adquirido via suplementos. O receptor de vitamina D desempenha um papel importante no metabolismo do cabelo, sendo essencial para o início do ciclo capilar. Sua deficiência no organismo está relacionada a alguns tipos de alopecia, como a androgenética e o eflúvio telógeno. No que se refere à alopecia areata, estudos apontam que níveis normais dessa vitamina podem ajudar no controle da atividade da doença.

Saiba mais sobre a vitamina D.

Vitamina B2 – Também conhecida como riboflavina, é uma vitamina hidrossolúvel. Estudos mostraram que sua perda pelo organismo interfere na progressão normal do ciclo celular.

Vitamina B3 – Chamada também de niacinamida, ela participa de muitas reações biológicas – como a respiração intracelular, a oxidação de moléculas e sínteses de ácidos graxos e esteroides.

Vitamina B5 – Seus derivados aumentam os níveis de glutationa (considerada a “mãe” de todos os antioxidantes) e da coenzima A (conhecida por seu papel na síntese e na oxidação de ácidos gordos), além de promoverem a síntese, dentro da célula, da chamada adenosina-5-trifosfato – principal fonte de energia intracelular. Esses processos são cruciais para os sistemas de reparo contra o estresse oxidativo e desempenham um importante papel na resposta inflamatória do aparelho pilossebáceo.

Vitamina C – A talvez mais famosa das vitaminas, é conhecida por ser um potente antioxidante. Mas ela vai além disso, participando também na formação de melanina – ou seja, ela está presente no processo de pigmentação dos cabelos. Importante para a formação da queratina saudável, ela funciona como cofator fundamental em processos químicos essenciais para a estrutura, a manutenção e a função do colágeno, e produção de tecido conjuntivo. Quando associada à vitamina E, temos uma melhora na sua absorção, com ação antioxidante potencializada.

Saiba mais sobre a vitamina C.

Vitamina K – Seu papel mais conhecido é na coagulação do sangue. Nos últimos anos, no entanto, descobriu-se que esse nutriente está relacionado a muitos sistemas fisiológicos – como a remodelação óssea, processos de calcificação, função endócrina, sistema nervoso e o processo inflamatório e de sinalização celular. No que se refere ao ciclo capilar, estudos apontam a vitamina K como protetora do pelo contra o estresse oxidativo (por mecanismo ainda desconhecido), além de funcionar como cofator da vitamina D, potencializando os benefícios.

O que é o “estresse oxidativo”?

Um pouco mais sobre o uso de vitaminas em tratamentos capilares

A palavra “estresse”, infelizmente, dispensa grandes apresentações hoje em dia. Mas o que talvez nem todos saibam é que as nossas células também estão sujeitas a esse processo de “agitação” e sobrecarga. E quando isso acontece, chamamos de “estresse oxidativo”, situação de excesso de radicais livres em comparação com o sistema protetor intrínseco de cada célula.

Esse sistema tem o papel de proteger a estrutura celular de efeitos maléficos como este – causado, inclusive, pela própria presença do oxigênio em nosso corpo. Os elétrons livres presentes na molécula de oxigênio dão origem aos chamados radicais livres. E estes, quando produzidos em excesso, são prejudiciais ao nosso organismo.

O estresse oxidativo causa envelhecimento precoce (em virtude da morte das células), certos tipos de câncer, mal de Parkinson, entre outras doenças. Hábitos nada saudáveis surgem como agravantes do problema – entre eles a ingestão de bebidas alcoólicas, alimentação inadequada e o tabagismo. E tudo isso somado a uma vida agitada e à privação de sono.