Na definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), pode ser considerada poluição toda contaminação do ambiente (interno ou externo) por “qualquer agente químico, físico ou biológico” que modifique as características naturais da atmosfera.

Mas não é preciso ter acesso a definições oficiais para ver (e sentir) a presença desse problema que acabou se tornando quase sinônimo da vida nas grandes cidades. O que talvez nem todos saibam é que pele se inclui na lista dos “alvos” dos danos causados. Já que, como maior órgão do corpo humano, ela tem a característica de interagir com o ambiente externo – e, com isso, sofre as consequências do contato frequente com agentes poluentes.

Segundo o estudo SALIA, realizado na Alemanha, estão relacionados à poluição problemas como a formação de melanoses (localizadas principalmente na fronte, regiões malares e no dorso das mãos), a presença de queratoses seborreicas e também a flacidez e a aceleração do aparecimento de rugas – o que chamamos de envelhecimento extrínseco, ou seja, aquele que não tem a ver com o processo natural provocado pela passagem do tempo.

A ciência ainda não conseguiu investigar por completo o mecanismo pelo qual os agentes poluentes desencadeiam esse processo de envelhecimento. Alguns estudiosos, no entanto, creditam o fenômeno à presença do ozônio na atmosfera (fruto da ação de agentes poluentes ambientais em contato com a radiação solar) e de partículas sólidas no ar.

A dupla provoca um conjunto de alterações na barreira cutânea, além da ativação de receptores e citocinas que acabam por desencadear as alterações clínicas manifestadas no envelhecimento extrínseco. A esses agentes externos credita-se também o chamado estresse oxidativo, que implica tanto na perda das vitaminas C e E como na peroxidação lipídica, processo de degradação oxidativa do lípidos, grupo de compostos químicos orgânicos naturais que são uns dos principais componentes dos seres vivos.

“Ritual” de proteção

Em meio a tantas discussões acerca dos danos causados pela poluição – em diversas esferas –, muitas vezes nos sentimos confusos quanto ao que fazer para nos proteger desse problema. No que toca aos males causados à pele, porém, a palavra-chave é, como sempre, proteção.

Um primeiro passo seria incluir na rotina diários de cuidados uma limpeza adequada, e diária, da pele. É de extrema importância remover, ao final do dia, os resíduos de poluição acumulados. Escolha um agente de limpeza apropriado ao seu tipo de pele. O produto ajuda a reduzir os efeitos nocivos.

Vale também se informar sobre os chamados produtos cosmecêuticos, que combinam propriedades cosméticas e farmacêuticas. Sua formulação apresenta uma combinação de ingredientes ativos que a ajudam a melhorar a saúde e a condição da pele.

Já existem versões desses produtos formuladas especialmente com vistas a prevenção dos danos causados pela poluição. Esses novos ajudam a reparar a barreira protetora e devem ser aplicados após a limpeza da pele – e antes do protetor solar. Lembrando sempre que quem melhor pode orientar sobre os tipos de produtos e seus usos é o seu médico dermatologista.

Esse ritual de produção se completa com o uso diário da fotoproteção. Ponto que sempre ressalto como de extrema importância para a saúde e beleza da pele – e que, quando se fala em envelhecimento extrínseco causado pela polução, também ganha papel de destaque.

A combinação do uso de antioxidantes e filtro solar potencializa a proteção, prevenindo o envelhecimento precoce e minimizando os danos da radiação infravermelha e da poluição.

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