Abril é o mês de conscientização sobre esta doença, que pode afetar dramaticamente a qualidade de vida de uma pessoa

Rosácea é uma desordem inflamatória da pele bastante comum e ainda não totalmente compreendida que afeta principalmente a face. Algumas estimativas falam que 1 em 10 pessoas podem apresentar a doença. Geralmente são as pessoas de pele clara as mais afetadas, mas pode ocorrer também em pessoas de origem africana e asiática.

Segundo a Sociedade Nacional da Rosácea, nos Estados Unidos, cerca de 16 milhões de americanos estão afetados pela doença – e a maioria deles não sabe. Estudo realizado por esta entidade revelou que 95% dos pacientes de rosácea sabem muito pouco ou nada sobre os sinais e os sintomas do problema antes do diagnóstico.

Os sintomas geralmente começam com episódios de rubor (a pele fica vermelha por um curto período de tempo), mas outros sintomas podem ocorrer ao longo da progressão da doença, tais como:

Efeitos emocionais

Os sintomas de rosácea são recorrentes, às vezes pioram muito, outras vezes apresentam alguma melhora. Muitos dos sintomas de rosácea podem ser controlados com tratamento, mas as mudanças na aparência física que podem ocorrer como resultado desta condição podem trazer um impacto psicológico e social significativos, afetando a autoestima e a interação em sociedade.

Em outro estudo realizado pela NRS – National Rosacea Society – mais de 90% dos pacientes de rosácea disseram que a condição afetou sua auto confiança e autoestima, e 41% reportaram que a doença os fez evitar contatos públicos ou cancelar reuniões sociais. Entre os pacientes de rosácea com sintomas muito severos, 88% disseram que a desordem teve efeitos adversos em suas interações profissionais, e 51% disseram que perderam o emprego por causa da condição.

face da rosacea

Procurando ajuda médica

Qualquer dos sintomas acima listados é um alerta para procurar um dermatologista para obter um diagnóstico e um tratamento apropriado, antes que os sinais e sintomas da rosácea tornem-se progressivamente severos.

A doença costuma aparecer por volta dos 30 anos de idade e as causas ainda não são completamente conhecidas, mas sabe-se que alguns ‘gatilhos’ que disparam os sintomas são estresse, bebidas alcoólicas, mudanças extremas na temperatura ambiente, temperos apimentados, exposição ao sol e banhos muito quentes. “Qualquer coisa que aumente o fluxo sanguíneo pode agravar a rosácea”, diz a doutora Luciana Maluf, dermatologista do hospital Sírio Libanês, em São Paulo. “Estudos recentes confirmam que os microscópicos e inofensivos ácaros Demodex, que vivem na pele de todos nós, podem também iniciar ou piorar os sintomas”.

Não existe um teste laboratorial específico para rosácea, mas o médico dermatologista faz o diagnóstico clínico da pele, perguntando sobre os sintomas e sobre os possíveis gatilhos dos sintomas, além do levantamento do histórico da saúde em geral e hábitos de vida.  Em algumas circunstâncias, pode ser necessário fazer exames adicionais, como o de sangue ou uma biópsia da pele (um pedacinho mínimo da pele é retirado e examinado em laboratório). Algumas condições de saúde com lúpus e menopausa – que apresentam sintomas semelhantes à rosácea – precisam ser descartadas para que o diagnóstico correto seja feito.

O que causa a rosácea?

A causa exata da rosácea é desconhecida, ainda que um número de fatores possíveis correlacionados à doença já tenham sido estabelecidos, incluindo anormalidades nos vasos sanguíneos e a reação aos ácaros comumente encontrados na face.

Mesmo não sendo reconhecidos como causas diretas, alguns ‘gatilhos’ que fazem a doença piorar já estão bem identificados:

Como a rosácea é tratada

Ainda não existe cura para a rosácea, mas o tratamento ajuda a controlar os sintomas. Produtos comprados sem prescrição médica em farmácias não são recomendados, pois além de não serem eficazes podem agravar a condição.

A melhor opção, diz a doutora Luciana Maluf, é evitar os gatilhos que sabidamente iniciam as crises em combinação com uma variedade de medicamentos de uso local e oral – antibióticos, por exemplo – devidamente prescritos pelo médico dermatologista. “No último Congresso Americano, falou-se muito da brimonidina tópica, que tem ação vascular e ajuda a diminuir a vermelhidão persistente provocada pela rosácea”, explica a doutora Luciana. A boa notícia é que o princípio ativo já foi aprovado pela Anvisa e em breve os médicos dermatologistas brasileiros poderão prescrever este remédio para seus pacientes com rosácea.

Tratamentos com lasers e luz intensa pulsada podem ser usados para alívio das manifestações vasculares da rosácea, tanto para remover os vasos sanguíneos muito visíveis quanto para reduzir a vermelhidão acentuada, e melhorar o quadro de pápulas e pústulas.

 

 

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