Brasileiro adora tomar banho. Uma pesquisa encomendada pela marca de produtos de limpeza, de saúde e pessoais Reckitt Benckiser, feita em 2010, já comprovava nossa predileção por esse hábito.

Segundo o estudo, enquanto os britânicos se banham 5,6 vezes por semana e os americanos 7,4, os brasileiros ligam o chuveiro 20 vezes nesse mesmo intervalo. A pesquisa também mostrou que 88% das pessoas tomam banho pela manhã.

Mas, para além da higiene, esse momento também pode ser de cuidados importantes com a saúde e a beleza da pele – enquanto que, por outro lado, merece atenção a alguns detalhes: como o tipo de sabonete e esponjas que usamos.

Mas calma porque a ideia não é levantar aspectos negativos. Longe isso.  Falar em cuidados na hora do banho está mais para o caminho de agregar a esse (delicioso) hábito alguns pontos que podem fazer dele um momento de relaxamento e saúde.

Água e sabonetes

A atenção vale já na hora de ligar o chuveiro. Como já dissemos aqui no blog (veja aqui e aqui outras matérias onde abordamos esse tema), a temperatura da água não deve ser muito alta. Especialistas são unânimes em afirmar que a água morna (em torno dos 25ºC) é a melhor amiga da pele. Isso porque, quando fica muito quente, ela tende a remover a camada de gordura natural da pele, o que leva ao ressecamento.

A escolha do sabonete também deve ser mais atenta. Comece escolhendo um tipo que seja adequado ao seu tipo de pele – sobretudo, porque estamos falando de um produto de uso frequente. E muito disso tem a ver com o chamado potencial Hidrogeniônico, o famoso pH, uma escala que mede o grau de acidez, neutralidade ou alcalinidade de uma determinada solução.

As opções que têm pH mais próximo de 5 são as mais indicadas, pois mantêm a hidratação natural e não provocam irritações ou sensibilidade. Em peles secas, especialmente, os produtos com ação hidratante são a melhor escolha. Já os antissépticos não são consenso entre os dermatologistas, e devem ser utilizados apenas em casos específicos. Além disso, os produtos usados no corpo não devem ser os mesmos aplicados no rosto, pois podem desequilibrar a saúde cutânea.

Líquido ou em barra?

Além da adequação ao tipo de pele, a escolha entre uma consistência e outra deve primar pela finalidade pensada para cada um. Os sabonetes líquidos costumam ter um pH mais próximo ao da pele (por serem mais “leves” em sua composição), o que faz com que eles sejam menos ácidos e mais suaves na hora da limpeza – atenção peles sensíveis!

Já os sabonetes em barra tendem a ser mais alcalinos, ou seja, têm um pH mais alto. Com isso, eles são capazes de remover os resíduos mais profundamente, o que beneficia quem tem a pele oleosa e com tendência a acne – e precisa de um produto mais eficiente na limpeza e mais suave na hidratação. Por outro lado, os sabonetes em barra podem deixar a desejar no caso de peles com tendência ao ressecamento, onde a limpeza da pele deve abrir mais espaço para uma hidratação maior. Atenção também ao compartilhar esse tipo de sabonete, dado seu contato direto com a pele (saiba mais abaixo).

O que há por trás (e por dentro) das esponjas

Existem as fabricadas com matérias-primas naturais (como as conhecidas buchas esponjosas) e as sintéticas (de espuma, nylon ou tecido). No que diz respeito ao uso, todas têm as mesmas funções: ajudar na distribuição do sabonete pelo corpo, auxiliar na limpeza de regiões como pés e axilas e, em maior ou menor grau (dependendo da abrasividade), promover a esfoliação da pele – ou seja, remover as células mortas.

O ponto a ser considerado aqui é quais tipos podem oferecer riscos à saúde. E, nesse sentido, as esponjas naturais – principalmente as buchas – já foram barradas nos testes. Nem tanto pela matéria de que são feitas – já que, em princípio, elas são higiênicas –, mas mais por problemas na hora de conservá-las.

Ao esfregarem a pele, as buchas acabam retendo resíduos de células mortas nos recantos da matriz fibrosa. Depois de tomar banho, quando elas ficam banheiro, é que surge o cenário perfeito para as bactérias serem cultivadas, dado o ambiente úmido e geralmente com pouca circulação.

Além de consumirem qualquer matéria orgânica (como aquelas células de pele descartadas que possam ter ficado retidas), esses organismos tendem a crescer cada vez que molhamos a bucha e não secamos corretamente. Com isso, acabamos espalhando pelo corpo as impurezas que tiramos no banho de ontem.

Na hora de esfoliar a pele

Por isso, se a ideia por trás do uso de uma esponja for aproveitar o banho para promover uma esfoliação da pele, melhor é recorrer a produtos que tenham essa finalidade: os esfoliantes, bons aliados para eliminar as células mortas, deixando a pele mais lisinha.

Produtos à base de açúcar são ideais para uma limpeza profunda da pele e para a desobstrução dos poros. Sabonetes líquidos e em barra com ativos que esfoliam ativam a renovação celular e reparam a pele.

 A frequência com que se deve promover essa esfoliação mais profunda vai depender de cada caso. Em geral, os especialistas indicam que o procedimento deve ser feito entre uma e duas vezes por semana. A melhor recomendação, no entanto, é observar como a pele reage a esse processo. Para evitar exageros, a dica é notar se apele está mais avermelhada e sensível. Se perceber que o aspecto áspero e opaco resiste, é possível aumentar a frequência. Peça ajuda ao seu médico dermatologista para achar o seu ritmo.

Banho em risco

Não é só a esponja que pode aumentar o risco de contaminação na hora do banho. Vale também repensar a “política” de compartilhamento do sabonete. A ideia de dividir é prática e econômica, mas os infectologistas recomendam atenção redobrada no caso dos sabonetes em barra, que entram em contato direto com a pele. Isso porque o produto em pedra pode acumular bactérias e transmiti-las de uma pessoa para outra.

E o mesmo vale para as toalhas. Por acumularem umidade durante muito tempo, essas peças podem acumular secreções, ácaros, fungos e bactérias.