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Outono – Tudo bem que não vivemos num país onde a mudança das estações transforma a paisagem. O Brasil é tropical e o sol brilhando é uma das nossas características – o ano todo.
Por outro lado, existem, sim, diferenças nas condições climáticas que nosso organismo “percebe” mesmo que não nos demos conta – e a pele é um órgão especialmente sensível a elas.
O outono é uma estação de transição. Começa com os dias ainda quentes, mas a umidade do ar já é menor e ventos mais frios passam a marcar os finais de tarde. Esse ciclo culmina com a chegada do inverno e as temperaturas mais baixas – nem que seja de frente fria em frente fria.
Assim como o termômetro, a pele também tende a mudar – o que, claro, varia de pessoa para pessoa. Mas, passam a ser mais comuns, no outono, as queixas de ressecamento e perda de brilho. Para completar, o friozinho também convida a banhos mais quentes, o que pode trazer uma sensação agradável na hora, mas é um hábito que vai levando embora a camada de gordura natural da pele.
Reunimos algumas dicas que vão garantir a saúde e a beleza da sua pele nessa “transição” de temperaturas durante o outono. Além, claro, de alguns procedimentos estéticos para serem feitos pelos próximos meses – com o recado importante de sempre: nada substitui uma conversa com seu médico dermatologista.
Banhos mornos – Apesar de relaxantes, banhos muito quentes e demorados vão ressecando a pele – o que a deixa ainda mais sensível para quando as temperaturas baixarem. Por isso, o ideal é que a água seja morna e o tempo sob o chuveiro o mais breve possível. Isso ajuda a preservar a oleosidade natural, que tem a função de proteger o corpo de bactérias, fungos, vírus, poluentes do ar, do contato com alérgenos (como poeira, mofo e fibras de tecidos) e, inclusive, do próprio frio.
Confira mais dicas de cuidados com a pele na hora do banho.
Troque o sabonete – Comece escolhendo pelo seu tipo de pele – sobretudo, porque estamos falando de um produto de uso frequente. E muito disso tem a ver com o potencial Hidrogeniônico, o famoso pH, uma escala que mede o grau de acidez, neutralidade ou alcalinidade de uma determinada solução. As opções que têm pH mais próximo de 5 são as mais indicadas, pois mantêm a hidratação natural e não provocam irritações ou sensibilidade. Especialmente para as peles secas, os produtos com ação hidratante são a melhor escolha. Já os antissépticos não são consenso entre os dermatologistas, e devem ser utilizados apenas em casos específicos. Além disso, os produtos usados no corpo não devem ser os mesmos aplicados no rosto, pois podem desequilibrar a saúde cutânea.
Hidratação em destaque – Hidratar a pele do rosto e do corpo é uma “regra de ouro”: além de garantir a saúde da pele hoje, é também uma forma de investir numa pele com menos danos no futuro. Nos meses mais frios, esse hábito ganha especial importância. A dica é aplicar o produto ainda no banheiro, aquele vaporzinho pós-banho ajuda na penetração do produto. Para as peles secas, vale pesquisar versões com componentes antioxidantes e as que são à base de óleo de amêndoa, ceramidas, glicerina, aloe vera e ureia. E mesmo quem sofre com excesso de oleosidade deve manter o hábito no período outono-inverno – procure pelos rótulos oil free e/ou oil control. E conte com seu médico dermatologista para encontrar as melhores opções para você.
Não esqueça os lábios – Muitas pessoas acabam deixando esse cuidado de fora. Mas é importante usar hidratantes específicos para essa região – até para evitar as doloridas rachaduras (além de garantir um aspecto sempre fresco).
Inclua a esfoliação – Se você não tem esse hábito, aproveite os meses frios e comece! A esfoliação remove as células mortas e é muito importante tanto para as peles secas quanto para as oleosas – principalmente as morenas e negras, que tendem a ficar com um tom acinzentado ou esbranquiçado durante esse período de renovação celular. O cuidado também ajuda na hidratação. O recomendado é fazer a esfoliação apenas de uma a duas vezes, por semana – hidratando na sequência.
Carinho com seu rosto – O rosto acumula impurezas durante o dia. E, por ser a parte do seu corpo que mais tem contato com o exterior, ela pede ainda mais atenção à limpeza. Para desobstruir os poros e deixar a pele bem higienizada, procure não pular essa etapa nos cuidados à noite. Mas prime pela delicadeza – sobretudo, nessa época: usar a bucha com frequência para limpar o rosto, por exemplo, resulta na remoção da camada de proteção da pele. Um bom sabonete líquido, aplicado enquanto você massageia suavemente a face, é tudo o que precisamos aqui.
Não se deixe enganar… – O sol do outono pode chegar mais fraquinho aqui para a gente, mas os raios UV não dão trégua. Por isso, segue o mantra: fotoproteção sempre! Mesmo em dias chuvosos ou nublados. E esses produtos estão cada dia mais funcionais – há versões com hidratante, por exemplo.
Saiba mais sobre fotoproteção e outros cuidados diários.
Procure seu médico dermatologista
A época de outono-inverno, em que o sol está mais fraquinho e o calor menos forte é propícia para procedimentos com ação mais intensa – já que as condições do clima ajudam a inibir a hiperpigmentação, aquelas manchas que podem aparecer após um tratamento dermatológico e que ocorrem, principalmente, em peles negras e orientais.
A experiência do dermatologista é fundamental na hora da melhor indicação – seja pelo tipo/tom de pele, seja para avaliar cada caso. Confira algumas técnicas combinadas que vão deixar seu outono-inverno ainda mais bonito:
Saiba mais sobre técnicas combinadas.
Laser de CO2 + drug delivery
Ação: manchas, flacidez, rejuvenescimento.
O drug delivery é a entrega de uma substância a determinado ponto do nosso corpo. Uma vez lá, ela pode agir terapeuticamente em nosso benefício. Na dermatologia, o conceito é muito usado para os tratamentos estéticos e de doenças da pele. Já o laser CO2 fracionado é uma técnica ablativa que provoca microlesões na superfície da derme, no intuito de estimular a troca do tecido lesado por um novo. Essas pequenas fissuras permitem um maior contato com as camadas internas, possibilitando o drug delivery de ativos que agem com diferentes objetivos: estímulo do colágeno, hidratação, clareamento.
Ácido polilático + radiofrequência
Ação: estímulo do colágeno profundo, flacidez e contorno facial e corporal.
O primeiro é um poderoso indutor da formação de colágeno. Ao passo que a radiofrequência, por aquecimento, reforça o estímulo à produção do colágeno profundo. O resultado? Melhora de contornos e uma firmeza cutânea mais acentuada.
Peeling + microagulhamento + drug delivery
Ação: rejuvenescimento, manchas, poros abertos e vermelhidão no rosto.
Os peelings químicos são feitos com uma variedade de ácidos e podem atingir diferentes camadas da pele. Os moderados e profundos estimulam o colágeno, atenuam rugas e cicatrizes; bem como uniformizam a coloração da derme. Os mais superficiais promovem a descamação e renovação das células, clareiam manchas e melhoram os poros. Já o microagulhamento utiliza diversas microagulhas, dispostas em um rolo ou numa “caneta” motorizada, para facilitar sua aplicação. O dispositivo é deslizado sobre a pele, fazendo micropuncturas e estimulando a formação de colágeno e a vasodilatação. Os peelings e o microagulhamento potencializam a entrega de substâncias (drug delivery) nos níveis mais profundos da derme, desobstruindo o caminho. Juntos, os três procedimentos permitem, na mesma sessão, uma excelente melhora do aspecto global do rosto.
Luz pulsada + peeling
Ação: manchas e vasos.
A luz intensa pulsada, com seus diversos comprimentos de onda, é capaz de atingir diferentes estruturas e profundidades da pele. Esse “disparo” atua também na melanina – melhorando quadros de melanoses solares (sardas), olheiras, alteração de textura da derme e vasos sanguíneos. Associado ao peeling, que acelera a renovação celular e potencializa o clareamento das melanoses, o tratamento oferece excelentes resultados.
Toxina botulínica + preenchimento + peeling
Ação: rugas, flacidez, manchas e cicatrizes.
Associados, esses procedimentos formam uma força tarefa na melhora do aspecto superficial e profundo da pele. A aplicação da toxina botulínica bloqueia os sinais nervosos, impedindo que a musculatura receba o estímulo de contração, e evitando que as rugas se formem ou se tornem mais profundas e definidas. Já o preenchimento com ácido hialurônico age para recuperar e manter as formas do rosto, ocupando volumes que vão se perdendo com o passar dos anos e outras marcas que possam surgir por outros motivos, como as cicatrizes. Pode ser usado, por exemplo, para reduzir as marcas em torno da boca, para melhorar o aspecto das olheiras (dependendo da causa) e na melhoria do contorno facial. Ambos, toxina botulínica e preenchimento, são injetáveis e pedem muita atenção: se as substâncias não forem bem dosadas, corre-se o risco de sair do consultório com a aparência de um rosto “congelado”, sem nenhuma marca ou movimento – o oposto de um resultado harmônico! Os peelings com ácido são complementares a ambos, pois agem na aparência cutânea mais superficial, servindo desde a remoção de camadas mortas à redução de manchas e acnes, melhorando os poros e proporcionando brilho, viço e vigor à pele.
Saiba mais sobre olheiras.
Bioestimuladores de colágeno ou toxina botulínica + fios de sustentação + peeling
Ação: flacidez e rugas
Após os bioestimuladores injetáveis de colágeno, os fios de sustentação vieram para reparar aquela leve flacidez que insistiu em ficar. A técnica promove uma tração local – e bastante natural –, sem a necessidade de preencher ou volumizar além do necessário. Ambos podem ser associados ao peeling (cada procedimento atua em planos diferentes) ou à toxina botulínica – desde que essa última não seja aplicada na mesma região e na mesma sessão. Os resultados são excelentes!