Discromias
Discromias ou manchas pigmentares são enfermidades da derme, que produzem alterações na coloração da pele, devido à melanina ou ao depósito de outros pigmentos (hemossiderina, ouro, prata, caroteno, pigmentos biliares, etc), que podem afetar tanto homens quanto mulheres e se apresentam em qualquer idade. Elas podem produzir-se tanto por excesso do pigmento melânico (hipercromias ou hipermelanoses e melanodermia: escurecimento da pele), como por um defeito da pigmentação (hipocromias ou hipomelanoses e leucodermia: clareamento da pele). Outras causas não-melânicas: pigmentação externa por alcatrão, antralina, medicamentos, etc.
A pigmentação da pele se deve sobretudo à presença de melanina nos macrófagos (melanófagos). A melanina é a principal condicionante da cor da pele, é o elemento mais responsável pelas diferenças individuais e raciais. Essa substância é sintetizada pelos melanócitos, no interior de organelas citoplasmáticas – pequenas ‘bolsinhas’ – chamadas melanossomas.
Diagnóstico
É preciso levantar a história clínica detalhada do paciente e fazer um exame físico geral para avaliar a distribuição das lesões. Algumas vezes a biópsia cutânea é necessária.
Algumas discromias são exclusivamente um problema estético, mas outras lesões podem indicar a existência e alguma patologia interna, portanto é preciso fazer o diagnóstico diferenciado.
O aparecimento de qualquer tipo de discromia na pele é um fato alarmante, o que leva a pessoa a consultar um dermatologista – e esta é a correta atitude, pois permitirá um diagnóstico precoce e assim realizar um estudo apropriado e, se for necessário, o tratamento adequado.
Causas
Os locais do corpo comumente afetados são: face, braços, mãos, ombros, costas e pernas. Existem diversos fatores que podem estar relacionadas ao aparecimento de discromias, entre eles:
- Alterações genéticas
- Alterações metabólicas
- Problemas endocrinológicos
- Causas nutricionais.
- Reações alérgicas
- Causas inflamatórias.
- Exposição aos raios solares
- Estresse psicológico
- Acidentes mecânicos (queimaduras, pigmentação por asfalto – acidentes automobilísticos, por exemplo)
- Alguns medicamentos (antibióticos, analgésicos, amiodarona, etc)
Localização
As discromias podem aparecer de três diferentes formas na pele:
- Difusa: quando a alteração da pigmentação se dá em toda a superfície do corpo
- Generalizada: lesões individuais se extendem em todo o corpo
- Circunscrita: as lesões afetam apenas uma parte do corpo
Classificação
Hipercromias
Este tipo de discromia caracteriza-se pelo excesso de pigmentação. Entre os diversos tipos de hipercromia, estão:
- Melanocitose dérmica congênita ou mancha mongólica: resultado de exposição à luz do sol, ocorre com mais frequência nas pessoas de cor negra.
- Nevo de Ito / Ota
- Nevo de Becker
- Efélide: são as conhecidas sardas, que geralmente ocorrem em pessoas de pele clara e localizam-se na face e ombros.
- Lentigo Senil: manchas que habitualmente aparecem nas mãos, braços e face das pessoas mais velhas. Decorrem da exposição ao sol ao longo da vida.
- Lentigo Solar: surgem no tórax, mais comumente, e são resultado de exposição ao sol.
- Melasma ou Cloasma: manchas de coloração marrom que normalmente afetam a face. A causa está sempre relacionada a alterações hormonais. Quando acontecem durante a gravidez, chamamos de cloasma.
- Síndrome de Block-Sulzberger
- Hipercromias pós inflamatórias
Hipocromias
Este tipo de discromia caracteriza-se pela pouca pigmentação. O tipo mais comum é o Vitiligo, uma doença que afeta não somente a pele, mas que pode trazer uma questão psicossocial importante. Dentre várias condições cutâneas, algumas são:
Vitiligo
- Doença de Vogt – Koyanagi – Harada
- Piebaldismo
- Hipomelanose Gutatta idiopática.
- Nevo acrômico.
- Nevo de Stutton
- Albinismo.
- Hipocromias pós inflamatórias
Discromias não melânicas
Dermatite Ocre
Ocronose Exógena (por hidroquinona, por exemplo)
Carotenodermia
Icterícia
Hipercromia por drogas (amiodarone, bismuto, quinacrina, sias de ouro, etc)
Tatuagens (mais comum: pigmento Tinta da China – preto) e tatuagens acidentais (pólvora, por exemplo)
Tratamentos
Cada caso deve ser examinado individualmente, e feito tanto a hipótese diagnóstica bem como seus diagnósticos diferenciais.
Existem diversos tratamentos – cada um mais direcionado para determinada hipótese diagnosticada, por exemplo:
Laser – para tatuagens
Laser ou Luz Intensa Pulsada – para melanoses e efélides
Produtos clareadores e calmantes – para ocronose exógena
Peelings, laser ablativos com drug delivery de produtos clareadores
Para o Vitiligo, banhos de luz e medicações tópicas localizadas que estimulam a pigmentação da hipocromia,
Procurar as causas internas como avaliação laboratorial hepática e endócrina, descartar anemias e deficiências nutricionais.
Procurar relação familiar
Seguimento com um medico dermatologista para orientações quanto à exposição solar
Clareadores tópicos e sistêmicos, antioxidantes, filtros solares, protetores físicos, como chapéus, camisetas e óculos escuros.
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